Diocese de Viana

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Sabor da Palavra › 03/06/2018

Eis aqui o começa de uma resposta…

No Natal celebramos o mistério da encarnação de Deus. No entanto, o presente do amor de Deus – seu próprio Filho – veio a nós de forma surpreendente: humilde, pobre e manifestado aos pobres.

   Se a Vida Religiosa pretende seguir as pegadas de Jesus Cristo, de forma radical, profunda, então os religiosos e as religiosas consagrados a Deus devem viver a humildade e a minoridade, a pobreza e a fraternidade universal.

Eis aqui as palavras do papa Francisco que pronunciou no dia 23 de novembro de 2017 a cerca de 400 membros da família franciscana, mas que são inspiradoras para todos aqueles que abraçam ou desejam abraçar a vida religiosa:
   “Todos, da mesma forma, sejam chamados menores”, escreve o santo de Assis nos seus escritos. Com essa expressão, São Francisco não fala de algo facultativo para os seus irmãos, mas manifesta um elemento constitutivo de sua vida e sua missão.
A vida de Francisco era marcada pelo encontro com o Deus pobre que em Jesus de Nazaré está no meio de nós: uma presença humilde e oculta que o poverello(pobrezinho) adora e contempla na encarnação, na cruz e na Eucaristia.
O ‚ser menor‘ marca de modo especial àrelação de vocês com Deus. Pois, para São Francisco, a pessoa humana vale tanto que vale diante de Deus, nada mais e nada menos. Cuidado com o orgulho espiritual, o orgulho farisaico: é o pior do mundismo.
O ‚ser menor‘ vive-se principalmente na relação com os irmãos que o Senhor nos deu. Como? Evitando qualquer comportamento arrogante.

  • Significa erradicar tanto o preconceito prematuro contra o outro, como também a fofoca sobre os irmãos às costas deles.
  • Significa repelir a tentação de usar da autoridade para oprimir os outros.
  • Significa evitar que os outros ‘paguem’ pelos favores os quais prestamos a eles, enquanto consideramos que os outros nos devem favores.
  • Significa eliminar raiva e aborrecimento por causa do pecado dos irmãos.
    A minoridade vive-se como expressão da pobreza – que vocês professaram pelo voto – quando se cultiva nas relações o espírito da ‘não-cobrança’.
    Os irmãos são importantes, e não as estruturas.
    O ser menor deve ser vivido também nas relações para com todos os homens e mulheres aos quais vocês encontrarem. Nisso vocês devem cuidadosamente evitar qualquer atitude de arrogância que poderia afastar vocês dos outros. São Francisco expressa muito bem essa preocupação quando diz: “E eles (os irmãos) devem alegrar-se ao encontrar pessoas comuns e desprezadas, ao encontrar no caminho os pobres e aleijados, leprosos e mendigos”. As palavras de Francisco são um convite a se perguntar como fraternidade: Onde estamos? Do lado de quem estamos? Com quem nos relacionamos? A quem preferimos?
    E já que a minoridade não desafia somente a fraternidade, mas a cada membro, é mui útil que cada um faça um exame de consciência a respeito do seu estilo de vida, de seus gastos, do vestuário; a respeito daquilo que ele considera necessário, de sua própria entrega aos outros e da superação de uma atitude que gira demasiadamente em torno de si mesmo e da própria fraternidade.
    Caros irmãos, eu renovo o pedido de São Francisco feito a vós: “Todos sejam chamados menores”. Deus guarde a minoridade de vocês e a faça crescer. “E não esqueçam a rezar por mim”.
    Texto: Johannes Gierse, frade e menor

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