Mensagem do Bispo

Escudo: Cortado em ondas; I de azul e II de vermelho. Brocante sobre os campos, uma flor-de-lis da qual brota, como pétala central, uma cruz, sendo tudo de ouro; acompanham essa alegoria litúrgica, três ipsilions, com cabeça, do mesmo metal, sendo dois dispostos sobre a divisória do escudo e um sobre o contra-chefe.
Insígnias: Mitra dourada, forrada de vermelho, ostentando uma cruzeta de prata na fronte; Báculo e Cruz Processional, ambos de ouro.
Os campos do escudo apresentam cores da liturgia que representam, no azul o plano espiritual e no vermelho a vida temporária. Assim fica assinalada a Vida Plena que se consagra na Salvação.
A flor-de-lis simboliza Maria e a Cruz que brota do seu interior é falante de Cristo, Seu Sagrado Filho. Portanto, a flor-de-lis retrata, por sua pureza, Nossa Senhora da Conceição, Padroeira da Diocese de Viana, Mãe de Deus e da igreja, Rainha do Universo e Guia da Nova Evangelização
A linha ondeada, divisória do escudo, lembra a Cidade, Sede Diocesana, pelo lago de Viana. Os três iplsilons - símbolo genérico do homem - aludem as três raças que se harmonizaram e vivem no Maranhão, com as graças de Deus, conforme a simbologia principal desse Estado, bem expressa na sua Bandeira Republicana, em vigor.
Caro amigo aproxima-se o Natal. Na cidade, é notória a mobilização das pessoas: o clima natalino invade ruas e praças, as casas são enfeitadas de luzes e todos aguardam ansiosos a troca de presentes e o sonoro “Feliz Natal!”.
Essas comemorações são legítimas quando expressam a alegria de nossos corações por nosso Pai ter-nos dado a salvação enviando-nos seu Filho único. “Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva” (Gl 4, 4s). A frágil criança deitada na manjedoura, envolvida em faixas, adorada pelos magos e pastores, nos resgatou de nossa orfandade e nos deu a dignidade de filhos de Deus.
Quando celebramos a natividade de Jesus devemos ter a consciência de que ela se manifesta a nós todos os dias e não pode ser compreendida como um evento ocorrido há mais de 2 mil anos e que não possui valor atual. Ao nascer, o Verbo encarnado abriu as portas da eternidade santificando, de uma vez por todas, o nosso tempo: os dias, os séculos, os milênios. O seu nascimento fez do tempo um “hoje” de salvação” (Cfr. Homilia de São João Paulo II, 24 dez. 2000).
A Igreja reza na liturgia: “No momento em que Vosso Filho assume nossa fraqueza, a natureza humana recebe uma incomparável dignidade: ao tornar-se ele um de nós, nós nos tornamos eternos.” (Prefácio da Or. Eucarística do Natal III).
Comemorar o Natal é, portanto, comemorar a vida eterna que nos foi dada, a garantia de que nosso natal para Deus será o coroamento da existência pois, ao nascer segundo a carne, Deus assume a nossa morte para nos levar do temor do fim para a certeza da eternidade feliz. Este nascer deve iluminar a existência humana cabendo a nós a responsabilidade de sermos seus mensageiros; conduzindo a luz de Cristo às grutas escuras e frias de nossos corações. Essas ações precisam fazer ressoar todos os dias o antigo e sempre novo anúncio do Natal do Senhor: Hoje nasceu para nós o Salvador!
Sejamos pois, inspirados pelos pastores e magos, que, iluminados pela fé, atravessaram as trevas que envolviam a terra e encontraram a “Grande Luz”. Sem dúvida, como no passado, o mundo está envolto em muitas sombras geradas pelo fechamento dos corações a uma realidade que não pode ser vivida apenas no exterior, na aparência de uma felicidade frágil e passageira. A troca de presentes deveria nos lembrar que esse menino nascido em Belém, se fez – Ele mesmo – presente para todos e nos ensinou a fazer o mesmo. “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei” (Jo 13, 34).
Só assim as nossas palavras deixarão de ser simples augúrios de uma festa anual para se converterem em compromisso na construção de uma sociedade alicerçada na concórdia, onde Justiça e Paz se abraçarão.
Um Santo e Feliz Natal a todos!
Por Dom Edney Gouvêa Mattoso – Bispo de Nova Friburgo (RJ)
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