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Sínodo para Amazônia é discutido em seminário interdiocesano no Maranhão


Dioceses do Sul do Maranhão (Regional Nordeste 5: Carolina, Imperatriz, Viana, Grajaú e Balsas) e a Diocese de Tocantinópolis, do Norte do Tocantins, se reuniram para discutir o documento de trabalho do Sínodo para a Amazônia. Acolhidos pelo bispo de Carolina, Dom Francisco Lima Soares, o seminário de estudos, realizado em Estreito/MA nos dias 03 e 04, contou com a presença de leigos, bispos, padres, religiosos, membros de movimentos e conselhos sociais e representantes do governo.
Na ocasião, foram discutidas ações para antes, durante e depois da Assembleia Sinodal, a ser realizada em Roma no mês de outubro. Padre Dário Bossi, assessor da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil, destaca o sentimento de esperança pela defesa da vida transmitida pelos participantes.
“Saímos desse encontro com muito ânimo, com a certeza de que o que foi decidido aqui vai ser multiplicado pelas mãos, corações e pensamentos das pessoas que participaram”, comemorou o assessor. “Nós mesmos somos o Sínodo que caminha com nossas pernas, e isso, a partir de outubro, poderemos mostrá-lo em nossas comunidades cristãs”, completou.

Unidade
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A Diocese de Tocantinópolis é membro do Regional Norte 3, mas faz divisa com o Sul do Maranhão. O bispo diocesano Dom Giovane Pereira de Melo, explica que devido à proximidade, muitas problemáticas são comuns, e por isso é importante somar forças. “Dentro da metodologia da Repam a gente tem sempre buscado trabalhar como ‘bacia’, então nós estamos situados aqui na bacia do Rio Tocantins”, explicou.
Para o bispo, o seminário foi um momento propício para avançar na propagação do processo sinodal. “Queremos ser essas antenas, aqueles que vão divulgar o sínodo, sensibilizar os atores, os grupos, os movimentos sociais, as nossas pastorais, as nossas dioceses, no sentido de abraçar a problemática que o sínodo está discutindo”. Dom Giovane destaca ainda que a problemática do Sínodo não é só dos bispos da Amazônia, “é uma problemática que interessa a toda a Igreja, que interessa o mundo inteiro”.

Vozes ouvidas
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Além de discutir o documento de trabalho do Sínodo, o seminário ouviu as vozes dos povos amazônicos que participaram ativamente do encontro. Heraldo Guajaja, é indígena da aldeia Sabonete do Leão, no município de Grajaú/MA. Ele conta que foi a primeira vez que participou de uma atividade promovida pela Igreja Católica e ficou admirado com a abertura dada a ele e aos demais indígenas presentes.
“Foi muito bom a gente ter tido a oportunidade de expressar o que a gente sente, o que a gente passa nas nossas aldeias. A gente teve essa oportunidade de expressar nossas ideias, nossa visão, nossa gente, nossa forma de ser, e a Igreja respeitou isso. A Igreja quer que gente venha a opinar, venha a expor as nossas ideias com a nossa própria visão, com a nossa própria forma de ser”, declarou.

Carta Aberta
Ao final do seminário foi elaborada uma carta aberta para ser lida nas paróquias e comunidades, a fim de anunciar o compromisso com o Sínodo para a Amazônia. Confira a carta na íntegra:
Nós, Membros do Comitê Interdiocesano da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), no Sul do Maranhão, Regional NE 5, das Dioceses de Balsas, Carolina, Grajaú, Imperatriz, Viana, e a Diocese convidada de Tocantinópolis (TO), participantes do SEMINÁRIO DE ESTUDOS DA REPAM, celebrado nos dias 3 e 4 de agosto, no município de Estreito, da Diocese de Carolina, juntamente com a Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular – SEDIHPOP do Maranhão, do Movimento Indígena e demais entidades sociais, temos a alegria de anunciar nosso compromisso com o SÍNODO PARA A PAN- AMAZÔNIA, convocado pelo Papa Francisco.
O Sínodo é um convite a CAMINHAR JUNTOS e ouvir o clamor dos Povos da Amazônia – nossas vozes – no cuidado da Casa Comum, no compromisso profético para o BEM VIVER.
Com renovada esperança, CONVIDAMOS VOCÊ a conhecer e fazer parte deste processo na defesa e promoção da vida e dignidade do Povo de Deus, especialmente os Povos Indígenas, Quilombolas, Extrativistas, Pescadores, Ribeirinhos, Camponeses e demais povos do campo e da cidade, frequentemente esquecidos, agredidos e sem perspectiva de um futuro seguro.
Será uma grande bênção chegarmos a uma CONVERSÃO ECOLÓGICA, de uma Igreja servidora e missionária, dispondo-nos a uma evangelização inclusiva, de respeito e valorização das diversas culturas e formas de vida.
Tudo está interligado como se fôssemos um, tudo está interligado nesta Casa Comum.
Estreito/MA, 4 de agosto de 2019.
Fonte: CNBB