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Notícias da Diocese › 22/08/2025

Bispos do Maranhão participam de Encontro dos Bispos da Amazônia, em Bogotá (CO)

Entre os dias 17 e 20 de agosto, em Bogotá (Colômbia), bispos da Igreja Amazônica se reuniram para o Encontro dos Bispos da Amazônia, realizado pela Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). Esta foi a primeira vez que, após o Sínodo Pan-Amazônico de 2019, os bispos da região se reuniram presencialmente para discernir os desafios e os caminhos pastorais que orientarão a missão nos próximos anos.

“Estamos vendo quais são os avanços que as nossas Igrejas particulares estão conquistando e ao mesmo tempo, os desafios, as dificuldades, as resistências, a essa enculturação, a esse novo jeito de ser Igreja e, sobretudo, essa espiritualidade dessa Igreja é em saída”, afirmou dom Gilberto Pastana, arcebispo de São Luís e presidente do Regional Nordeste 5 da CNBB.

O evento, que foi considerado um espaço de comunhão, escuta e esperança para cuidar da Casa Comum e responder aos clamores da Amazônia, reuniu cerca de 130 bispos, entre eles, oito representaram o Regional Nordeste 5 da CNBB:

• Dom Gilberto Pastana, arcebispo de São Luís do Maranhão, presidente do Regional Nordeste 5, e da Comissão para a Amazônia;

• Dom Giuseppe Spiga, bispo da diocese de Grajaú;

• Dom Evaldo Carvalho, bispo da diocese de Viana;

• Dom Sebastião Bandeira, bispo da diocese de Coroatá;

• Dom Francisco Soares, bispo da diocese de Carolina;

• Dom Vilsom Basso, bispo da diocese de Imperatriz;

• Dom Valentim Menezes, bispo da diocese de Balsas;

• Dom Armando Martinez, bispo da diocese de Bacabal.

“Somos oito bispos aqui do Regional Nordeste 5, participando deste encontro dos bispos da Panamazônica. São oito países que fazem parte da Amazônia. E nós estamos então partilhando aquilo que foram os processos, as ações evangelizadoras, depois do Sínodo da Amazônia e do documento da exortação apostólica do Papa Francisco, Querida Amazônia”, disse dom Gilberto.
Para dom Gilberto, o encontro foi um espaço de fraternidade, acolhimento e muito muito enriquecedor, por causa das experiências vivenciadas nos diversos países presentes.

Mensagem dos Bispos da Amazônia

Em carta denominada ‘CEAMA, un signo de esperanza – A cinco años del Sínodo de la Amazonía’ os bispos da Amazônia reafirmam o compromisso com a Sinodalidade e a Ecologia Integral.
Leia o documento na integra, abaixo:

CEAMA, um sinal de esperança – Cinco anos após o Sínodo da Amazônia

1. Com alegria e gratidão como peregrinos da esperança, nós, os bispos, membros da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), reunimo-nos de 17 a 20 de agosto de 2025 na sede do CELAM em Bogotá. Em comunhão fraterna e conduzidos pelo Espírito Santo, dispusemo-nos a escutar e identificar os processos que, inspirados pelo Sínodo da Amazônia e pela Exortação Apostólica Querida Amazônia, nos permitiram reconhecer nossos avanços, resistências, desafios e esperanças.

2. Como Igreja sinodal, demos passos significativos na escuta, na articulação das dioceses, na revitalização dos Conselhos, nos planos pastorais e na formação teológica, espiritual, ministerial e pastoral que busca responder aos sinais dos tempos. Apreciamos uma maior consciência em relação à ecologia integral, ao bioma, à defesa do território e aos direitos de seus habitantes, particularmente dos povos originários.

3. Valorizamos com sinceridade o processo realizado até o presente. Ao mesmo tempo, reconhecemos com humildade e honestidade certas resistências que vemos traduzidas em medos persistentes à mudança para uma Igreja sinodal e com rosto amazônico e que se manifestam na falta de discernimento, na permanência de clericalismo em alguns setores do clero, da Vida Consagrada e dos leigos e leigas; mostram-se também em pouco espírito missionário e na falta de disposição e audácia para ir às periferias.

4. Como Igreja Pan-Amazônica, agradecemos ao Papa Leão XIV sua mensagem a nós, os bispos reunidos, e nos comprometemos a continuar respondendo em nossa labor pastoral às três dimensões interconectadas na região que ele nos indica: “A missão da Igreja de anunciar o Evangelho a todos os homens (cfr. AG 1), o trato justo aos povos que ali habitam e o cuidado da Casa comum.” No campo da evangelização como pastores, membros da CEAMA, sentimo-nos desafiados a ser instrumentos de comunhão, comunicação e sinodalidade; da mesma forma, a gerar algumas linhas pastorais que sejam aplicáveis de acordo com a realidade que vive cada jurisdição eclesiástica na Amazônia. Como bispos, sentimo-nos chamados a crescer no espírito profético que sempre deve caracterizar a Igreja. Neste ambiente de discernimento, o Espírito de Deus nos impulsiona a uma mudança paradigmática, ou seja, passar de um modelo de Igreja marcado pelo clericalismo a uma eclesialidade sinodal.

5. A Amazônia como território de sacrifício nos compromete a ser pastores que escutam e compartilham com sensibilidade empática as culturas e as espiritualidades dos povos que a habitam. Fazemos memória de que somos terra (cfr. LS 2) e que esta clama pelo dano que lhe causamos. Este trato irresponsável e irrespeitoso que temos dado à terra tem gerado a crise climática. Em resposta a esta crise, renovamos nosso compromisso com a ecologia integral e o cuidado da casa comum. Queremos ser uma Igreja com coração amazônico, que caminhe com suas comunidades, que aprenda da sabedoria ancestral dos povos indígenas e que se deixe interpelar por seus clamores e por seus sonhos. A Amazônia não é uma terra vazia para explorar; é uma terra habitada, amada e cuidada desde gerações, e é lar da presença de Deus.

6. Caminhamos juntos nesta missão, como pastores e povo, cuidando de nossos fiéis e sendo cuidados por eles. Não estamos por cima nem à parte, senão ao lado, compartilhando as alegrias e os sofrimentos de nossas comunidades, aprendendo de sua fé singela e de seu testemunho de vida, deixando-nos sustentar também por sua proximidade e sua oração.

7. O fruto de nosso encontro confirma também nossa pertença à Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), que reconhecemos como um espaço privilegiado de comunhão, discernimento e missão. Comprometemo-nos a fazê-la crescer, fortalecer-se e consolidar-se, para que seja oportunidade de serviço e renovação para cada comunidade cristã da região, e um sinal de esperança para toda a Igreja.8. Finalmente, confiamos este compromisso à intercessão de Maria, Mãe da Amazônia, que sempre caminha com seus filhos nos momentos de luz e de cruz.

8. Caminhamos juntos nesta missão, como pastores e povo, cuidando dos nossos fiéis e sendo cuidados por eles. Não estamos acima nem à parte, mas ao lado, compartilhando as alegrias e os sofrimentos das nossas comunidades, aprendendo da sua fé simples e do seu testemunho de ser sal e luz da terra (cf. Mt 5,13-14), deixando-nos sustentar por sua proximidade e por sua oração.

9. O fruto do nosso encontro confirma nossa pertença à Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), que reconhecemos como espaço privilegiado de comunhão, discernimento e missão. Comprometemo-nos a fazê-la crescer, fortalecer-se e consolidar-se, para que seja oportunidade de serviço e renovação para cada comunidade cristã da região, e sinal de esperança para toda a Igreja. Desejamos desenvolver programas de formação para seminaristas e clero, vida religiosa e agentes pastorais. Esperamos, a partir da CEAMA, empreender a busca de formas de sustentabilidade econômica, que nos permitam obter os recursos necessários para nossa pastoral e facilitar uma colaboração mais estreita entre as jurisdições eclesiásticas vizinhas.

10. Agradecemos ao CELAM, instituição eclesial de comunhão e participação para a América Latina e Caribe, pela acolhida e hospitalidade durante estes dias.

11. Confiamos este compromisso à intercessão de Maria, Mãe da Amazônia, que sempre caminha com seus filhos nos momentos de luz e de cruz.

Bogotá, 20 de agosto de 2025
Os bispos da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA)

Faça o download da mensagem final do Encontro dos Bispos da Amazônia:
PT_CEAMA_Mensagem Final_Encontro dos Bispos da Amazônia

Fonte www.cnbbne5.org

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