No dia 06 de outubro iniciamos o Sínodo especial para a Amazônia que se estenderá até o dia 27 desse mesmo mês.
A assembleia sinodal conta com a presença de 28 cardeais, 29 arcebispos, 62 bispos titulares, 7 bispos auxiliares, 27 vigários apostólicos, 10 bispos prelados e 21 membros não bispos entre padres, religiosas e leigos.
Entre os bispos brasileiros, estão presentes os bispos da província eclesiástica do Maranhão, Dom José Belisário O.F.M(arcebispo de São Luís), Dom Armando Martins F.A.M (bispo de Bacabal), Dom Jan Kot O.M.I (bispo de Zé Doca), Dom Sebastião Bandeira (bispo de Coroat), Dom Elio Rama I.M.C (bispo de Pinheiro), Dom Valdeci Santos (bispo de Brejo), Dom Vilson Basso, SCJ (bispo de Imperatriz), Dom Sebastião Lima Duarte bispo de Caxias), Dom Rubival Cabral, O.F.M Cap. (bispo de Grajaú), Dom Francisco Lima (bispo de Carolina) e Dom Evaldo Carvalho, C.M, (bispo de Viana).
O ponto de partida para todo o conjunto de discussões do sínodo é a crise socioambiental, isto é, a crise ecológica, climática provocada pela devastação e degradação da floresta, e a crise social como consequência da agressão à natureza, o que gera pobreza e miséria atingindo principalmente os indígenas, ribeirinhos, quilombolas e pequenos agricultores.
Na encíclica Ladauto si, o Papa Francisco afirma que tudo está interligado, os seres humanos e a natureza. O dano que causamos na natureza acaba por destruir o próprio ser humano.
Em Puerto Maldonado, no Peru, em discurso aos povos indígenas no dia 19 de janeiro de 2018, o Papa Francisco seclarou: “Provavelmente os povos originários amazônicos nunca estiveram tão ameaçados nos seus territórios como estão agora”.
A pergunta que somos chamados a responder neste sínodo é: que respostas podemos dar diante dessa situação, que caminhos de evangelização apontar frente a um sistema econômico que destrói a floresta, polui os rios, invade as terras, expulsa e mata os povos originários desta terra?
O fio condutor da assembleia sinodal é a missão da Igreja de anunciar e defender a vida em todas as circunstâncias. Somos desafiados a ser uma Igreja em saída que vive seu compromisso batismal na alegria de anunciar o evangelho da vida e da salvação e no compromisso de emprestar nossa voz para defender os mais vulneráveis.
A Igreja em saída na Amazônia não pode ficar alheia diante de tudo o que ameaça a floresta, os rios, os animais e as povos tradicionais em seus direitos, por isso entende que o cuidado da casa comum faz parte da sua missão. A Amazônia é um território onde a Igreja é chamada a tornar presente o Reino de Deus.
Nesse sentido refletimos também sobre o rosto amazônico da Igreja, a partir de sua opção preferencial pelos e com os pobres, abordando temas como o dos ministérios, o papel das mulheres, a celebração dos sacramentos nas comunidades mais distantes, especialmente a Eucaristia.
Por isso o tema deste sínodo é: novos caminhos para a Igreja e para a ecologia integral. Assim, também tentaremos encontrar juntos respostas adequafas aos grandes desafios pastorais e siciais da região Pan-amazônica.
Não nos reunimos aqui em Roma para oferecer respostas prontas para os problemas da Amazônia, queremos apenas em processo sinodal, isto é, caminhando juntos, ouvir o grito da terra e o clamor dos pobres, para discernir que caminhos novos serão apontados para a Pan-amazônia pelo Espírito Santo.
Participamos com muita esperança deste sínodo, como bispos do estado do Maranhão, agradecidos pela oportunidade de poder partilhar os desafios e perspectivas da região e com a ousadia de abrir novos caminhos para o anúncio e o testemunho do Evangelho em terras amazônicas.
Dom Evaldo Carvalho, CM
Bispo de Viana-MA
Texto:Por Dom Evaldo
Fonte: PASCOM Diocese de Viana