Diocese de Viana

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Palavra do Bispo › 24/11/2022

Homilia de Dom Evaldo Carvalho – Missa de encerramento do Ano Jubilar

Homilia por ocasião do encerramento do Ano Jubilar da Diocese de Viana 19 de novembro de 2022

 

Saúdo com renovada esperança os padres, Diáconos, Seminaristas, religiosas, os missionários, missionárias, leigos e leigas…

Saúdo com gratidão em nome do Pe.Olivan, nosso coordenador pastoral, todas as comissões que organizaram este e os demais eventos do ano jubilar diocesano.

Saúdo respeitosamente o Sr. Prefeito Municipal de Viana, Sr. Carlos Sidreira, sua esposa Sra. Cleisane e a Vice-Prefeita Sra. Regina Machado, Sra. Conceição Cutrim, prefeita de Olinda Nova, Sr. Nato da Nordestina, Prefeito de Vitória do Mearim, o Sr. Prefeito de Penalva, o Sr. Saulo, Secretário de educação de São João Batista, vereadores e vereadoras e as demais autoridades civis, com gratidão pelo apoio e patrocínio para os custos desse evento católico.

Saúdo com alegria o poeta e cantor das Comunidades, Zé Vicente. Saúdo as caravanas de fiéis aqui presentes provindos das 27 paróquias da nossa Diocese e os que nos acompanham pelas plataformas digitais.

Nossa diocese está em festa! Hoje aqui nos reunimos para celebrar as alegrias vividas e com um coração voltado para o Senhor que nos concede todo bem e toda graça! Comemoramos esta data para intensificar o sentido de pertença e fortalecer a unidade diocesana.

Um povo que cultiva sua memória é um povo com identidade, com referenciais, com raízes sólidas e profundos laços de união. Neste ano em que celebramos os sessenta anos de criação da Diocese de Viana, com gratidão e júbilo, fazemos memória dos acontecimentos que deixaram marcas nos corações do povo de Deus que aqui habita.

A Diocese de Viana foi criada por São João XXIII em 30 de outubro de 1962, no impulso dos ventos novos que sopravam sobre a Igreja, na abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II. O Papa Bom, como ficou conhecido, convocou o Concílio Vaticano II, abrindo os horizontes da Igreja para a sua missão evangelizadora no mundo contemporâneo, com coragem, sabedoria e a serenidade próprios do seu jeito simples de ser.

Nosso país atravessava um tempo de muita ebulição política, uma fase que desembocou numa das páginas mais tristes da nossa história, a ditadura militar de 1964, mas também este foi um período em que os movimentos populares mais se organizaram e se tornaram combativos pela democracia, não obstantes as perseguições e torturas impostas. Intervenção militar, nunca mais! Democracia sempre!

A Igreja Católica passava por grandes mudanças. Muitos padres, bispos, religiosas e leigos, unindo fé e política, começavam a se voltar para os problemas sociais dos trabalhadores urbanos e do campo. A partir do Movimento de Educação de Base (MEB), religiosos se engajam em mobilizações de organização de associações e sindicatos no campo e na cidade.

Nessa conjuntura eclesial experimentávamos uma forte dinâmica evangelizadora, marcada pela renovação eclesial à luz do Concílio, vivemos experiências significativas no campo da Bíblia, da Catequese, da liturgia e das Comunidades Eclesiais de Base.

Lembramos com saudade dos missionários da primeira hora, que sob a proteção de Nossa Senhora da Conceição, entregaram-se com total generosidade e zelo pela missão semeando a semente da fé nestas terras férteis da Diocese de Viana: Monsenhor Manoel Arouche, Pe. Eider Furtado, Monsenhor Wilson Cordeiro, Monsenhor Ângelo Pinto Borges, Pe. Chagas Vasconcelos, Monsenhor Sérgio Ielmetti, Pe.Franco Manetti, entre outros. O vigor missionário desses apóstolos não reconheceu os limites impostos pelas longas distâncias e pelas poucas e precárias estradas, muitas vezes apenas um caminho de barro que só se trafegava no período de verão e as viagens por água muitas vezes apresentavam perigos.

Deus seja louvado por tantas mãos humanas que fizeram e fazem parte desta história: os bispos: O primeiro bispo Dom Hamleto de Angelis, o segundo bispo Dom Francisco Hélio Campos, o terceiro Dom Adalberto Paulo da Silva, o quarto Dom Xavier Gilles, o quinto Dom Sebastião Lima Duarte e Dom Evaldo Carvalho, bispo atual. Lembramos também dos administradores diocesanos: Monsenhor Mário Cuomo, Dom Ricardo Pedro Paglia(Administrador Apostólico) e Pe.Giuseppe Luigi Spiga (aqui presente). A eles nossa sincera homenagem.

Além dos pastoreio dos bispos, devemos destacar também o protagonismo de inúmeros sacerdotes diocesanos, Fidei Donum, comunidades religiosas, aqui destaco os Padres Dehonianos que chegaram na diocese em 1968, seis anos após a sua criação. Uma geração de cristãos leigos e leigas, boas lideranças, dedicados e comprometidos com a evangelização e com a defesa da vida em nossa diocese.

A melhor forma de homenagear esses irmãos e irmãs é reafirmando nossa fidelidade de seguirmos adiante o legado que eles nos deixaram, acolhendo sempre os novos desafios da evangelização.

O lema do Ano Jubilar, “Avancem para águas mais profundas”. (Lc 5,4), nos impulsionou a irmos para as águas mais profundas da nossa história diocesana, realizamos durante o ano de 2022:

– A peregrinação da imagem da padroeira da Diocese, Nossa Senhora da Conceição, por cada uma das nossas paróquias;

O Jubileu Diocesano por cada setor pastoral;

O Jubileu diocesano por cada área pastoral, com a realização do Sacramento da Crisma;

O Jubileu das famílias, com a realização de casamento comunitário;

– Jubileu dos leigos e leigas;

O Jubileu da Vida Religiosa.

Tudo realizado em ação de graças pelo passado, como oferta para o presente e compromisso com o futuro. Quanto empenho, quanta dedicação, quanto amor partilhado, quanto serviço!

Fazer memória nossa história é saboreá-la de novo, ressignificar os fatos, reciclar acontecimentos, processar vivências e experiências. Celebrar a nossa história significa caminharmos para o interior do mistério dessa mesma história, deixando-nos questionar, iluminar e mobilizar por ela. Deus desce à nossa própria história, iluminando-a e carregando-a de sentido. A nossa história torna-se lugar de revelação, a montanha sagrada, a sarça ardente que queima e não se consome. Nos distanciamos dos acontecimentos para percebê-los sob nova perspectiva, para captar outros sentidos escondidos neles e ressignificá-los.

A memória nunca é uma experiência vazia, mas algo pleno, uma faculdade que finca suas raízes no coração da existência.

A celebração deste jubileu não termina nesta festa! Continuamos a caminhada com uma nova etapa, assumindo novos apelos e desafios. Com isso, reiniciamos um novo caminho de aventura, que consiste não só em receber e celebrar a história, mas em atualizá-la, reescrevê-la e confirmá-la.

O Espírito Santo que nos conduziu até aqui, seguirá nos conduzindo, mostrando-nos o caminho a seguir, iluminando os passos a serem dados e fortalecendo-nos na missão. Olho com esperança o presente e o futuro da nossa amada Diocese de Viana, confiando na graça de Deus e contando sempre com a oração, o apoio fraterno e a colaboração de tantos irmãos e irmãs aqui presentes.

Conosco vai a nossa padroeira Nossa Senhora da Conceição, acompanhando-nos com sua materna intercessão e exemplo, convidando-nos a “fazer tudo o que Jesus disser, a fim de que a Igreja em Viana seja cada vez mais, uma Igreja que escuta o que Jesus diz e cumpre a sua Palavra; Igreja de discípulos-missionários em comunhão, participação e missão.

Viva a Diocese de Viana, viva o santo Povo de Deus! Viva Jesus Cristo! Viva Nossa Senhora da Conceição!

Dom Evaldo Carvalho dos Santos, C.M

Bispo Diocesano

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