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Notícias da Diocese › 15/07/2021

Tribunal de Justiça do Maranhão concede medalha “Antônio Velozzo” para Bispo emérito de Viana, Dom Xavier Gilles

“A luta pela justiça tem sua fonte no evangelismo de Jesus”. Com essa declaração, o Bispo emérito de Viana, Dom Xavier Gilles, de Maupeou D’Abeigles, definiu a essência de sua missão, agradecendo ao Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), pelo recebimento da medalha do Mérito Judiciário Desembargador Antônio Rodrigues Vellozo, nesta ter-feira(13), na Casa Episcopal, em São Luís.

A medalha foi entregue pelas mãos do Desembargador Raimundo Barros, autor da indicação da outorga da comenda, com aprovação unânime dos desembargadores e desembargadoras, na sessão plenária do dia 11 de outubro de 2017.

A concessão da medalha foi abalizada pelo presidente do Tribunal de Justica, desembargador Lourival Serejo, acompanhada pelo desembargador Cleones Carvalho Cunha (então presidente da corte quando da outorga da medalha), pelo Arcebispo Emérito de São Luís, Dom Gilberto Pastana de Oliveira, que tomará posse no dia 18 de julho; pelo diácono Renato Fontoura (servidor do TJMA) e pelo diretor-geral do TJMA, Mário Lobão.

A medalha instituída pela resolução nº 572013, é concedida a personalidades de comprovada idoneidade moral e reconhecido merecimento, constatado pela prática de atos e serviços relevantes em favor do poder judiciário do Maranhão. Para o presidente do TJMA, desembargador Lourival Serejo, o exemplo de luta pela justiça do Bispo Dom Xavier “é um estímulo de resistência para a sociedade no momento em que vivemos hoje, uma vez que, é preciso coragem para lutarmos pelo ideal democrático, assim como o Bispo Xavier, que naquela época se levantou”.

O desembargador Cleones Carvalho ressaltou que a comenda representa um “reconhecimento do poder judiciário para quem luta por justiça e faz dela um ideal”. O magistrado explicou que, “quem cumpre essa tarefa, que é primeiramente do dever do Judiciário, evidentemente tem o direito de receber a medalha do poder Judiciário”, destacou.

O magistrado acrescentou ainda, dirigindo-se ao Bispo Dom Xavier “a medalha é um reconhecimento pela luta que o senhor teve quando preso, por uma justiça e por uma justiça maior, a justiça de Deus”, destacou. Em 1971, o religioso foi preso pelo regime militar acusado de comunismo.

Para o desembargador Raimundo Barros, o reconhecimento e gratidão vem desde a época escolar, quando aluno no ginásio Bandeirante, instituição onde atuou o Bispo Xavier. “Eu sou uma semente daquele trabalho, daquele processo educacional, assim como vários da minha geração. Sou resultado desse trabalho pedagógico e eclesiástico que fazia o Bispo Dom Xavier e o Padre José Antônio Monteiro”, ressaltou o desembargador, concluindo de forma emocionada, “o grande reconhecimento é esse: dizer que somos parte do trabalho que Dom Xavier fez”.

SOBRE O BISPO DOM XAVIER 

Dom Xavier, nascido na França em 1935, tem sua atuação destacada na luta pelos Direitos Humanos. Quando diácono sentiu-se chamado a ser missionário. Foi ordenado sacerdote em 1962. Veio para o Brasil no mesmo ano de sua ordenação.

Em 1971, o religioso foi preso acusado de comunismo. “A fé, o testemunho e a mensagem de Jesus Cristo, invertem os valores da sociedade. A sociedade se firma nos valores ter, poder e prazer. E Jesus disse: “Seja misericordioso, acolhe teu irmão, liberta o pobre das cadeias da escravidão”. Havíamos recebido da Igreja uma missão. Não havia portanto parar uma missão recebida por nós sacerdotes, só por medo!”, disse Dom Xavier.

Nomeado bispo auxiliar de São Luís, no Maranhão em 1995, permaneceu até 1998, quando foi nomeado bispo da Diocese de Viana. Dom Xavier foi também vigário geral da Arquidiocese de São Luís e moderador da Cúria. No interior dedicou-se ao trabalho com as Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s).

Fonte: Tribunal Justiça MA

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