Diocese de Viana

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Sabor da Palavra › 20/02/2020

“Viu sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34),

 

Amados irmãos e irmãs, estamos nos aproximando da Campanha da Fraternidade de 2020 e do Ciclo Quaresmal. Movidos pelo tema e lema da Campanha: Fraternidade e vida: Dom e compromisso “Viu sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34), vamos com o coração alegre e convertido refletir sob o sentindo da vida, do cuidado, do compromisso e da compaixão para todos os povos e nações neste tempo favorável.

A vida em seu princípio originário é um dom, dom que procede de Deus. Por isso, nosso compromisso primordial é cuidar, zelar e proteger a vida, porque ela é um dom de Deus. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10, 10).

Infelizmente estamos vivendo numa sociedade do vazio: do amor, da paz, da fraternidade, da vida e do encontro. Parece que a sociedade digital em vez de nos aproximar mais do outro, está nos afastando de Deus e da comunidade de fé. O eu digital é mais importante, é mais vivo e verdadeiro do que o eu existencial e relacional.

A vida como um dom é relação de amor e proximidade, de abertura, acolhimento e compromisso. Diante disso, surge questão: Como estamos defendendo a vida? Qual a intensidade da minha relação com Deus-Amor e minha proximidade com meu irmão que me revela Deus?

O tempo da Quaresma amados irmãos e irmãs é um momento oportuno para fortificamos e retomarmos nosso caminho de fé e compromisso. “Viu sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). Essa passagem Bíblica deve ser o horizonte da Espiritualidade, da Pastoral e cada cristão neste tempo de graça. Porque, é o proprio Senhor quem nos olha primeiro, que senti compaixão de todos nos pecadores e Ele cuida de nós.

Movidos por essa bonita sensação de sermos amados por Deus, vamos também nós cuidar, zelar e proteger a vida. Vida está que muitas vezes é abandonada pela sociedade, mas resgatada por Deus:

O grande mandamento — 25E eis que um legista se levantou e disse para experimentá-lo: “Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” 26Ele disse: “Que está escrito na Lei? Como lês?” 27Ele, então, respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com toda a tua força e de todo o teu entendimento; e a teu próximo como a ti mesmo”.28Jesus disse: “Respondeste corretamente; faze isso e viverás”.

 

Deus em seu Filho Unigênito resgata a vida humana, não pela pratica da lei legalista, mas pela força do amor a Deus e ao próximo. A chave da leitura está em herdar a vida eterna. Para tanto, Jesus coloca uma condição, amar, somente amar de todo o coração, esse é o grande mandamento ensinado por Nosso Senhor Jesus Cristo.

O doutor da Lei e muitas vezes nós também querendo nos justificar perguntamos a Deus “E quem é meu próximo?” (Lc 10, 29):

 

30Jesus retomou: “Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu no meio de assaltantes que, após havê-lo despojado e espancado, foram-se, deixando-o semimorto. 31Casualmente, descia por esse caminho um sacerdote; viu-o e passou adiante. 32Igualmente um levita, atravessando esse lugar, viu-o e prosseguiu. 33Certo samaritano em viagem, porém, chegou junto dele, viu-o e moveu-se de compaixão. 34Aproximou-se, cuidou de suas chagas, derramando óleo e vinho, depois colocou-o em seu próprio animal, conduziu-o à hospedaria e dispensou-lhe cuidados. 35No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo: ‘Cuida dele, e o que gastares a mais, em meu regresso te pagarei’. 36Qual dos três, em tua opinião, foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” 37Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Jesus então lhe disse: “Vai, e também tu, faze o mesmo”.

 

Se tornar próximo é outra condição que Jesus coloca para herdar a vida eterna. É, quando nos tornamos próximos do outro que enxergáramos sua necessidade material, humana e espiritual. É nos tornamos próximos e sendo misericordiosos que iremos realizar aquilo que Jesus nos pede, isto é, cuidar e zelar pela vida do irmão.

Impelidos pelo grande mandamento deixado por Jesus, vamos amados e amadas de Deus nos tornar mais próximos das pessoas que estão sofrendo: o mal da depressão e do abandono familiar. É grande o número de pessoas que estão precisando ser visitadas, amadas e cuidadas.

É hora de despertamos, pois esse mal que aflora as famílias está reinando dentro de nossas casas, ou seja, a depressão e o suicídio. Essas pessoas que estão nesta situação de vida são hoje o meu e o nosso próximo. São dessas pessoas que precisamos nos aproximar cuidar das suas feridas e colocar em nossos braços, para lhes devolver o gosto e o sentido de viver.

Desejo a todos que ciclo Quaresmal não se limite apenas a numa prática ou preceito ritual, mas seja de fato, um tempo de graça do encontro com Deus e com o nosso próximo. Que seja um tempo da defesa da vida, da superação da depressão e da espiritualidade profunda com o objetivo de viver uma vida mais santa e humana.

Despeço-me com a letra do hino da CF 2020: Peregrinos, aprendemos nesta estrada
o que o “bom samaritano” ensinou: Ao passar por uma vida ameaçada, Ele a viu, compadeceu e cuidou. (Cf. Lc 10,33-34) Toda vida é um presente e é sagrada, seja humana, vegetal ou animal. (Cf. LS, esp. Cap. IV) É pra sempre ser cuidada e respeitada, desde o início até seu termo natural.

Que tua e a minha vida seja um belo presente, sendo presente tu mesmo o verdadeiro presente de Deus para teus pais, amigos e para a sociedade. Feliz e santa Quaresma.

Diácono Anderson da Silva Galvão.

 

 

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