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Notícias da Diocese › 22/03/2024

DOM EVALDO CARVALHO CELEBRA A MISSA DOS SANTOS ÓLEOS NA CATEDRAL DE VIANA

Na quinta-feira pela manhã, aconteceu a Missa dos Santos Óleos em Viana (sede episcopal). Nessa missa é consagrado o óleo do crisma e abençoados os óleos dos catecúmenos e enfermos, além dos sacerdotes renovarem perante o bispo diocesano as promessas feitas no dia da ordenação.

A Missa dos Santos Óleos é uma celebração de grande significado para a Igreja particular (diocese) , que tem como objetivo abençoar e consagrar os óleos utilizados nos sacramentos, renovar as promessas sacerdotais e fortalecer a unidade na comunidade de fiéis em sua jornada de fé. Este ano a Diocese de Viana celebra na data de 21 de março, na Catedral de Nossa Senhora da Conceição, estiveram reunidos; diáconos permanentes, padres, seminaristas, religiosas (os) e fieis vindo de suas paróquias. A Missa presidida pelo bispo diocesano Dom Evaldo Carvalho dos Santos, que na sua homilia ressalta uma fala do papa Francisco, o amor pelas ovelhas, seguindo o exemplo de Jesus Cristo… “A imagem da Igreja que o Papa Francisco nos apresenta, é a de um hospital de campanha, onde é preciso curar as feridas. Misericórdia significa acima de tudo curar os corações feridos. Um lugar privilegiado para exprimir essa cura é o sacramento da Reconciliação, que se manifesta no modo de receber, ouvir, acolher, aconselhar, absolver e abençoar. Queridos padres, encontrem tempo, reservem tempo para ouvir suas ovelhas, revelem para elas o coração do Bom Pastor.”

 

 

 

 

 

 

(Veja a homilia completa de Dom Evaldo Carvalho por ocasião da Missa do Crisma. 21 de março de 2024)

Reverendíssimos e amados filhos Presbíteros, religiosos, religiosas, Seminaristas, Autoridades constituídas ou representadas e todo o Povo santo de Deus.

Este é um momento especial que celebramos em nossa Diocese de Viana. É a chamada Missa do Crisma. Nessa celebração Eucarística Solene, comemoramos a instituição do sacerdócio ministerial. Além da bênção dos óleos dos enfermos e do batismo e a consagração do óleo do Crisma teremos também a renovação dos compromissos sacerdotais dos nossos padres. Neste belo encontro dos padres da nossa diocese, em torno do seu bispo, na igreja mãe, no final do tempo da quaresma, e antes de iniciar o tríduo pascal, reafirmamos a unidade e a comunhão entre nós revivendo as promessas que um dia fizemos em nossa ordenação presbiteral.

Entendemos que o nosso sacerdócio, não deve realizar-se como um sim único dado no passado de nossa história, mas como um sim que deve ser atualizado como memória viva e grata de quem experimentou o convite amoroso do Senhor, que chama e consagra toda a existência, e isso é graça, é expressão do amor e da misericórdia de Deus que nos revigora cada vez que atualizamos a nossa resposta.

Nesta ocasião desejo apresentar algumas reflexões que podem ajudar em nossa conversão pessoal e comunitária nestes dias em que estamos para iniciar o Tríduo Pascal e celebrar a Páscoa do Senhor Ressuscitado.

No sacramento da Ordem, Cristo confere a sua missão de pastor aos presbíteros, tornando-os capazes de agir em seu nome. Mediante a ordenação presbiteral, por meio da imposição das mãos e de uma oração específica por parte do bispo, estabelece-se no presbítero uma graça especial, que une o sacerdote a Cristo, Sumo Sacerdote e Bom Pastor.

Logo, a identidade e missão do presbítero definem-se na pessoa do Sumo Sacerdote, o Bom Pastor, Jesus Cristo. O presbítero é chamado a configurar a sua vida e ministério no modelo do Bom Pastor que amou incondicionalmente o seu povo ao ponto de entregar-se pela sua salvação.

A grandeza e a beleza do sacerdócio consistem, justamente, no chamado a ser outro Cristo, outro Bom Pastor. O ser e o agir em Cristo passam a ser a medida da vida de cada homem que é chamado a configurar-se ao Bom Pastor.

Nas palavras do Documento de Aparecida: “O sacerdote, à imagem do Bom Pastor, é chamado a ser um homem de misericórdia e de compaixão, próximo do seu povo e servidor de todos, especialmente daqueles que sofrem grandes necessidades”. (DA 198).

Aqui, quero acentuar duas palavras, ou melhor, duas atitudes, que manifestam e materializam nossa configuração com o Bom Pastor, a proximidade e a presença.

Estamos de acordo que a homilia é um meio privilegiado dessa proximidade e presença, a medida que nossa pregação, bem preparada, ajuda a aproximar as pessoas mais de Deus. Contudo precisamos sempre descobrir que a eloquência de uma pregação pode passar pelo silêncio de gestos de presença e proximidade: quando o padre não transfere para um ministro extraordinário aquela ocasião de ser presença do Bom Pastor, na dor de uma família que chora a perda de um ente querido, ou levando conforto e esperança para quem está enfermo em casa ou no hospital. A presença e a proximidade testemunham a ternura do amor de Deus pelo seu povo.

Toda a tarefa pastoral envolve a capacidade de compaixão, onde o coração é colocado e comovido. O coração compassivo se molda no encontro com a vida das pessoas, participando de suas alegrias, de suas celebrações, de suas dores, de suas lágrimas, de seus gritos angustiados. Os leigos em seus grupos e pastorais gostariam de ter o seu padre mais próximo, pelo menos visitando seus encontros e reuniões.

O Papa Francisco nos convoca a sermos “pastores com cheiro das ovelhas” que na variedade de situações de suas realidades vivem e experimentam as dores e os sofrimentos do povo que lhe foi confiado, mas também compartilham a alegria do nascimento na fé em cada batismo, a alegria dos jovens que se casam, as mesas partilhadas onde a simplicidade da vida quotidiana se torna celebração de encontro, a comunidade no seu entusiasmo de crescer em comunhão e missão, etc.

A imagem da Igreja que o Papa Francisco nos apresenta, é a de um hospital de campanha, onde é preciso curar as feridas. Misericórdia significa acima de tudo curar os corações feridos. Um lugar privilegiado para exprimir essa cura é o sacramento da Reconciliação, que se manifesta no modo de receber, ouvir, acolher, aconselhar, absolver e abençoar. Queridos padres, encontrem tempo, reservem tempo para ouvir suas ovelhas, revelem para elas o coração do Bom Pastor.

Por todas estas razões, faço minhas as palavras do Santo Cura d’Ars, São João Maria Vianney, quando afirma que um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus, é o maior tesouro que o bom Deus pode oferecer a uma paróquia, e um dos dons mais preciosos da sua divina misericórdia. Onde quer que haja um sacerdote, através do seu testemunho da sua vida simples e dedicada, afirma-se a presença amorosa de Deus e a sua fidelidade aos homens em todos os tempos e lugares.

Por isso, não quero perder esta oportunidade de dar graças a Deus pela vida dedicada de tantos sacerdotes em nossa diocese, que, obedecendo ao encargo recebido do Senhor, servem fielmente a Igreja oferecendo suas vidas com generosidade e boa vontade, por amor de Deus e em favor do nosso povo. Recebem queridos irmãos a minha gratidão e reconhecimento.

Que Nossa Senhora da Conceição, proteja os nossos padres e abençoe os nossos seminaristas. Que sua intercessão junto ao Senhor obtenha as vocações de que tanto necessitamos, fortaleça a fidelidade e a perseverança dos nossos seminaristas e ajude os sacerdotes a viver fiel e santamente o seu sacerdócio. Assim seja! Amém!

+ Dom Evaldo Carvalho dos Santos

 

Credito Fotos: Diego Badalado – Pascom de Viana
Texto: Pascom Diocesana

 

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