Diocese de Viana

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Notícias da Diocese › 01/07/2021

Não importa em qual continente o país se encontre

Os evangelhos, em muitas partes nos narram histórias de Jesus que encontra pessoas, nas mais diferentes realidades. Nos seus encontros Jesus socorre, Jesus ouve atentamente os seus interlocutores, Jesus interage com eles/as, Jesus se comove com a fé testemunhada de quem crê verdadeiramente, Jesus segue viagem com quem lhe pede uma visita particular (doença/morte)… O Jesus dos evangelhos, é aquele Jesus que sabia discutir com sabedoria para dizer com palavras e ações práticas que o reino de Deus, o reino que Ele próprio anunciava era Ele mesmo em pessoa. O modo cativante de comunicar do Jovem galileu deve servir de espelho para podermos seguir evangelizando neste tempo particular que estamos vivendo. Que o espírito de Jesus nos fortifique e nos inspire a sermos homens e mulheres de ESESPERANÇA, mesmo quando tudo parece ser o contrário.

No dia 25/06/2021 eu acompanhei um membro do PIME, padre Emilio Spinelli a Dhaka em ambulância. O padre Emilio passou mal nos dias anteriores, assim aconselhados pelos médicos, ele foi encaminhado para um bom hospital na capital do Bangladesh.

Padre Emilio chegou no Bangladesh 45 anos atrás. Homem de uma alegria única, capaz de contagiar as pessoas que estão ao seu redor… O padre Emilio não queria ser transferido para Dhaka, porque tem medo que não possa retornar novamente na sua missão. Antes da viagem, vendo o modo como ele reagia, não querendo entrar na ambulância, eu tive que levantar a voz com ele, para poder convencê-lo a entrar no carro para podermos partir. A teimosia não durou mais de 45 minutos, isso porque como eu disse antes o padre Emilio se refutava com todas as forças e argumentos que não era necessário ir até Dhaka para ser medicado. Ele não sabia que tinha um problema no coração, diabete alto e covid…

Depois de 3 horas de viagem a situação do padre Emilio piorou. Tivemos medo que ele pudesse morrer na Estrada. Na ambulância tinham duas enfermeiras, que nos mais diferentes modos procuravam fazer com que o padre pudesse chegar salvo a Dhaka. Depois que o padre Emilio foi internado eu e as duas enfermeiras voltamos para Dinajpur na mesma ambulância. Dentro da ambulância entre um cochilo (cochilão)e também uma dormida de vez enquanto, uma das enfermeiras que é também uma irmã falava da paixão que padre Emilio tem por esta parte de Mundo, pelo Bangadesh. Ela me contou o modo humano e fiel como este velho e doente missionário de agora, no passado era uma pessoa que não media esforços para visitar as comunidades da sua paróquia, para visitar os doentes, para acompanhar os povoados recém batizados… A Irmã me contou também do modo como padre Emilio fundou uma casa para acolher crianças pobres na missão de Champukur. Ele Fez com que estas crianças estudassem com dignidade. E no final acrescentou: “muitas daquelas crianças órfãos de pai e mãe depois da Guerra de independência, hoje se tornaram pessoas conscientes. Muitos são professores, outras enfermeiras, pais e mães de família …”. Ouvindo o testemunho da Irmã me vinha em mente o modo como Jesus anunciava o evangelho libertador. Padre Emilio, está neste momento em uma situação de saúde muito crítica, mas deixou um exemplo de evangelizador enraizado em Jesus Cristo. De quem sabia escutar com o coração e ouvir com atenção os seus interlocutores, de quem se interessava pelas suas ovelhas como um bom pastor… pelas ovelhas, dizia Jesus precisamos dar a vida. Quem dar a vida pelas ovelhas é visto como o bom pastor.

Depois que voltei da viagem onde levamos o padre Emilio para o Hospital em Dhaka, fui diretamente encaminhado para um período de isolamento social, porque aqui no Bangladesh neste momento existem milhares de novos casos de covid todos os dias. Os casos estão aumentando dia após dia. Indo a Dhaka, pude perceber mais de perto a imensidade do problema. Até agora as mortes são poucas, em comparação aquilo que foi registrado no Brasil e em outros países.

O Bangladesh é um país super populado, e isso contribui para que não haja isolamento. Tem também o problema da pobreza. Quem tem fome, precisa de comida. Na região onde moro são quase inexistentes as famílias que receberam ou receberão uma ajuda do governo. Pra quem vive na zona rural da pra ir pra frente, mas pra quem vivi nas grandes cidades, tudo se torna mais grave ainda. Se o corona vírus continuar infectando o povo Bengales e as mortes continuarem a crescerem como na Índia, será uma verdadeira calamidade sem proporções. Isso sem contar que não temos nenhuma perspectiva de quando seremos vacinados.

Por último, gostaria de dar os meus mais sinceros pêsames a todas as famílias que perderam seus entes durante esta pandemia. Deus é amor! Deus é ressurreição! Deus é vida! Vamos pra frente, porque fomos criados para vencermos. E a nossa fé em Cristo nos diz que a morte não é FIM último. Contem com as minhas orações, e eu conta com as vossas.

Acredito que neste momento, a igreja precisa ser cada vez mais boa SAMARITANA. Enquanto políticos pedem propinas para comprarem vacina, que igreja mostre o seu rosto acolhedor de MAE nas mais diferentes realidades. Enquanto tantas pessoas fazem comentos inoportunos sobres sobre as VITIMAS do covid19, que no seu SILENCIO de MAE a igreja reze por todas as VITIMAS e seus familiares… Neste momento, onde os PAISES ricos enchem os estádios de futebol com milhares de pessoas, na maioria homens, sem camisas e sem mascaras, mostrando ao mondo que todos foram vacinados, os PAISES pobres , como o Bangladesh, esperam ansiosamente que esses mesmos PAISES tenham “COMPAICAO e MISERICODIA”, enviando o ou criando o mais RAPIDO POSSIVEL possibilidades reais para que todos possam ser vacinados, NAO IMPORTA EM QUAL CONTINENTE O PAIS SE ENCONTRE… SE TIVESSE VONTADE POLITICA E MENOS LUTAS DE INTERESSES SERIA FACIL QUE ESSE SONHO SE REALIZASSE.

Com gratidão, amizade e espírito missionário,

Pe. Almir Azeved – PIME Bangladesh

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